No dia 30 de março de 1968 foi realizada na Catedral da Sé, em São Paulo, uma missa em memória de Alexandre Vannucchi Leme, aluno da Universidade de São Paulo (USP), preso e morto pelos militares. Alexandre não foi o primeiro e nem o último estudante a pagar com a própria vida pelo desejo de viver num país melhor. Antes e depois desta data, estudantes foram perseguidos, torturados e mortos. Este primeiro parágrafo é apenas para deixar claro para quem está achando um absurdo o policiamento nas dependências da USP que a coisa já foi bem pior para os estudantes.
A USP está novamente no centro de discussões no país por causa do recolhimento de três estudantes do curso de Geografia apanhados portando maconha dentro do campus. A prisão dos três acabou gerando um confronto entre estudantes e policiais e a ocupação pelos alunos do prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Existe um convênio assinado entre a entidade e a PM com a anuência de todas as unidades presentes no espaço, com representação de professores, funcionários e estudantes. A decisão pelo aumento do policiamento (que já existia) nas dependências da cidade universitária foi motivada pelo assassinato de um estudante no estacionamento da Faculdade de Economia e Administração. Vale lembrar que a decisão de assinar o convênio foi aprovada por ampla maioria, recebendo apenas um voto contra. De acordo com os dados, a presença mais ostensiva da polícia reduziu em 60% o número de furtos e roubos. Este segundo parágrafo é apenas para deixar claro que o policiamento na USP é necessário e consensual, não foi uma decisão arbitrária ou imposta pelo reitor da instituição. E mais: os próprios alunos do campus (os que tem bom senso) já demonstraram através de nota pública que são a favor da presença dos policiais no Campus. Ver http://migre.me/61ESX.
Não vou entrar na discussão sobre a legalização/descriminalização da maconha. Legalizada ou não, continua sendo droga. Não acredito que melhorará a questão do tráfico e continuará não fazendo bem. Droga para mim é pauta encerrada: sou terminantemente contra. Meus motivos são bem simples: O primeiro é que eu acho que ninguém precisa delas para viver bem, assim como não precisa de cigarro e de bebida. O segundo é que eu penso que uma droga como a maconha pode não ser tão nociva e degradante como o craque, mas dificilmente se encontra por aí usuários de craque que não tenham passado pela maconha. Ela é porta de entrada para a inserção no mundo das drogas mais pesadas. A pessoa começa fumando o seu baseado, logo ele se torna insuficiente e ela vai procurar um barato mais forte. O terceiro motivo é que maconha, assim como qualquer droga, alimenta o tráfico. Não chegarei, contudo, ao ponto de ser leviano e imaturo ao ponto de, como muita gente por aí, afirmar que o grande problema da USP são as drogas.
O meu alvo neste texto não são as drogas, elas pouco me interessam. Quer usar? Use! É direito inalienável de qualquer um fazer o que quiser da sua própria vida, inclusive acabar com ela se lhe parecer viável. Meu foco neste texto, portanto, são os estudantes. São tantas coisas a serem ditas que nem sei por onde começar mas salta aos olhos o despreparo destes "ervo-afetivos" que se dizem estudantes. Reparem o cartaz abaixo:
O que dizer de estudantes universitários que na hora da discussão com os policiais ostentavam livros de Karl Marx, mas que mal sabem escrever a palavra "trabalhadores"? Reparem que no cartaz foi escrito "Trabaliadores", sendo depois remendado na tentativa de transformar um "i" em um "h". Acreditem, tem coisas piores que o erro ortográfico neste cartaz. Em letras garrafais está escrito: "Os policiais não são 'trabaliadores', são o braço armado dos exploradores". Falácia. Expressão inverídica. Por mais que os nossos policiais sejam truculentos, despreparados e arrogantes, são trabalhadores. E pior ainda: são trabalhadores muito mal remunerados. Tem a banda podre, desonesta, abusiva e corrupta? Certamente, assim como existem professores, advogados, médicos e pastores na mesma condição. Se estão a serviço ou não de exploradores, já é outra questão. Penso também no seguinte: colaborar com os traficantes é mais digno do que servir de braço armado para os exploradores? É o povo que coloca os exploradores lá, não os policiais. Se querem resolver o problema da exploração e da desigualdade, tem que mexer em esferas mais elevadas. Retirar os policiais do campus ou dos morros não irá diminuir em nada essa suposta exploração, só facilitará a ação da bandidagem. Se estes estudantes estão realmente preocupados com a questão social, ao invés de ficarem amotinados ou destruindo o patrimônio que é público, bancado por pessoas de bem que pagam impostos, deveriam estar nas ruas bradando contra a a exploração.
Em letras menores, podemos ler no cartaz: "Fora PM dos morros e favelas". Ora, tem alguém mais interessado em ver morros e favelas sem policiamento do que o pessoal do tráfico? Não seria igualmente interessante para os traficantes uma USP sem policiamento? Esta reivindicação me fez pensar seriamente sobre a serviço de quem essa galera está e, para piorar, vem a outra frase: "Pelo fim do genocídio do povo negro". Alguém poderia me explicar o que esta pérola tem a ver com o contexto? Alguém poderia explicar para esses universitários que "genocídio" não se adequa à questão do negro no Brasil? A palavra genocídio é utilizada quando uma etnia tenta exterminar a outra. Estamos falando de morte. Nunca houve no Brasil um projeto de brancos para exterminar os negros, mas para escravizá-los. Escravização, exploração e genocídio são coisas bastante diferentes. Qualquer historiador ou antropólogo mediano deveria saber disso.
O cartaz, caros amigos, é extremamente elucidativo: Demonstra que se trata de um pessoal que não tem um projeto, não sabem o que defendem e que o que querem mesmo é fazer baderna. Nada mais que isso. Uma prova disso é a queima da bandeira da nação, uma ação sem a menor necessidade, significado ou importância.
Encafuados dentro do prédio da FFLCH, eles reivindicaram:
Falando sinceramente? Eu ri. Eu ri muito. É tão trágico que chega a ser cômico. O que vemos aqui é uma dúzia de vagabundos se achando no direito de decidir por uma comunidade de 80.000 pessoas. Sim, são vagabundos! Se não fossem estariam estudando ou trabalhando. Interromper um cronograma de aulas por causa de maconha? Façam-me o favor de me poupar. Sou a favor de mobilizações, passeatas ou greves, desde que tenham um programa substancial e reivindicações plausíveis. Esses "ervo-afetivos" não sabem nem pelo que lutam. Protestam contra tudo e não protestam contra nada. Pior que isso: excedem os limites do bom senso. Quem deu a eles o direito legal de optarem e decidirem pela falta de segurança? Querem fumar sua maconha? Vão fumar em casa! Universidade é lugar de estudar, coisa que pelo visto não andam fazendo muito. Pior ainda: Se acham no direito de exigir que TODOS os processos criminais e administrativos sejam retirados! Duvido que eles conheçam todos os processos de uma universidade do porte da USP. Quer dizer, o cara está sendo processado por desvio de verba pública, mas deve ser anistiado. Um professor está sendo processado por atitudes antiéticas, mas deve ser perdoado. Um aluno está sendo processado por plágio, depredação do patrimônio ou agressão, mas deve ser esquecido. Em outras palavras: estão praticamente defendendo a anarquia dentro do campus da universidade mais prestigiada do Brasil. O que pensar de estudantes da área de humanas (o que é pior) que defendem a falta de segurança e a falta de justiça? O que pensar de estudantes tão na contramão do bom senso?
Me entristece ver no que os estudantes se tornaram. Tenho saudades do tempo em que os universitários sabiam ler, escrever, e tinham consciência política e social. Os estudantes, que outrora posicionaram-se contra o Estado Novo ditatorial de Vargas, contra o período de ditadura militar, pelo impeachment de Collor, hoje lutam pelo direito de fumar baseado. É doloroso pensar nos feitos tão importantes que os estudantes já fizeram na história deste país no sentido de oferecer resistência contra a corrupção, contra a supressão da liberdade de expressão, contra o mandonismo e o abuso de poder e ver que hoje mal conseguem se organizar, criar um bom programa e fazer o que Olga Benário se orgulhava de ter feito: Lutar pelo bom, pelo justo e pelo melhor deste mundo. Ao invés de preocupação com coisas importantes da coletividade, gritam, esbravejam e apedrejam por interesses próprios e/ou sem sentido ou relevância.
Para finalizar, proponho uma análise de imagens. Observem:
A primeira é uma imagem é de estudantes protestando contra a censura no período da ditadura militar, a segunda mostra estudantes exigindo que o corrupto Fernando Collor de Melo deixasse a Presidência da República.
Agora observe as duas imagens de estudantes "ervo-afetivos" na USP:
Em letras menores, podemos ler no cartaz: "Fora PM dos morros e favelas". Ora, tem alguém mais interessado em ver morros e favelas sem policiamento do que o pessoal do tráfico? Não seria igualmente interessante para os traficantes uma USP sem policiamento? Esta reivindicação me fez pensar seriamente sobre a serviço de quem essa galera está e, para piorar, vem a outra frase: "Pelo fim do genocídio do povo negro". Alguém poderia me explicar o que esta pérola tem a ver com o contexto? Alguém poderia explicar para esses universitários que "genocídio" não se adequa à questão do negro no Brasil? A palavra genocídio é utilizada quando uma etnia tenta exterminar a outra. Estamos falando de morte. Nunca houve no Brasil um projeto de brancos para exterminar os negros, mas para escravizá-los. Escravização, exploração e genocídio são coisas bastante diferentes. Qualquer historiador ou antropólogo mediano deveria saber disso.
O cartaz, caros amigos, é extremamente elucidativo: Demonstra que se trata de um pessoal que não tem um projeto, não sabem o que defendem e que o que querem mesmo é fazer baderna. Nada mais que isso. Uma prova disso é a queima da bandeira da nação, uma ação sem a menor necessidade, significado ou importância.
Carro da polícia depredado: Quem vai pagar o conserto?
Encafuados dentro do prédio da FFLCH, eles reivindicaram:
“Seguiremos ocupados até que o convênio (USP-PM) seja revogado pela reitoria, proibindo a entrada da PM no campus e em qualquer circunstância, bem como a garantia de autonomia nos espaços estudantis, como o Núcleo de Consciência Negra, Moradia Retomada, Canil da ECA, entre outros. Continuaremos aqui até que se retirem todos os processos criminais e administrativos contra os estudantes, professores e funcionários”
Falando sinceramente? Eu ri. Eu ri muito. É tão trágico que chega a ser cômico. O que vemos aqui é uma dúzia de vagabundos se achando no direito de decidir por uma comunidade de 80.000 pessoas. Sim, são vagabundos! Se não fossem estariam estudando ou trabalhando. Interromper um cronograma de aulas por causa de maconha? Façam-me o favor de me poupar. Sou a favor de mobilizações, passeatas ou greves, desde que tenham um programa substancial e reivindicações plausíveis. Esses "ervo-afetivos" não sabem nem pelo que lutam. Protestam contra tudo e não protestam contra nada. Pior que isso: excedem os limites do bom senso. Quem deu a eles o direito legal de optarem e decidirem pela falta de segurança? Querem fumar sua maconha? Vão fumar em casa! Universidade é lugar de estudar, coisa que pelo visto não andam fazendo muito. Pior ainda: Se acham no direito de exigir que TODOS os processos criminais e administrativos sejam retirados! Duvido que eles conheçam todos os processos de uma universidade do porte da USP. Quer dizer, o cara está sendo processado por desvio de verba pública, mas deve ser anistiado. Um professor está sendo processado por atitudes antiéticas, mas deve ser perdoado. Um aluno está sendo processado por plágio, depredação do patrimônio ou agressão, mas deve ser esquecido. Em outras palavras: estão praticamente defendendo a anarquia dentro do campus da universidade mais prestigiada do Brasil. O que pensar de estudantes da área de humanas (o que é pior) que defendem a falta de segurança e a falta de justiça? O que pensar de estudantes tão na contramão do bom senso?
Me entristece ver no que os estudantes se tornaram. Tenho saudades do tempo em que os universitários sabiam ler, escrever, e tinham consciência política e social. Os estudantes, que outrora posicionaram-se contra o Estado Novo ditatorial de Vargas, contra o período de ditadura militar, pelo impeachment de Collor, hoje lutam pelo direito de fumar baseado. É doloroso pensar nos feitos tão importantes que os estudantes já fizeram na história deste país no sentido de oferecer resistência contra a corrupção, contra a supressão da liberdade de expressão, contra o mandonismo e o abuso de poder e ver que hoje mal conseguem se organizar, criar um bom programa e fazer o que Olga Benário se orgulhava de ter feito: Lutar pelo bom, pelo justo e pelo melhor deste mundo. Ao invés de preocupação com coisas importantes da coletividade, gritam, esbravejam e apedrejam por interesses próprios e/ou sem sentido ou relevância.
Para finalizar, proponho uma análise de imagens. Observem:
A primeira é uma imagem é de estudantes protestando contra a censura no período da ditadura militar, a segunda mostra estudantes exigindo que o corrupto Fernando Collor de Melo deixasse a Presidência da República.
Agora observe as duas imagens de estudantes "ervo-afetivos" na USP:
Sabe o que as diferencia? Vergonha na cara. A primeira imagem expressa estudantes conscientes da importância da sua atuação dentro da sociedade, orgulhosos de estarem ali naquele momento fazendo aquilo que consideravam o correto e contribuindo para a história da nação, mesmo que isso lhes custe a vida. É gente que não tem medo de morrer pelo que acredita. Os personagens das imagens posteriores, que a gente não sabe se são de estudantes, terroristas ou bandidos, tem a intenção de se esconder por medo ou por vergonha. Já dizia o ditado popular que uma imagem vale mais do que mil palavras, não é?
No fim das contas, o que eu acho de toda essa história é que gente que tem sonhos, princípios e ideais mas tem medo de mostrar a cara, simplesmente não merece a minha confiança e nem o meu respeito.